sexta-feira, 12 de agosto de 2011

CONTROLE AMBIENTAL NAS DOENÇAS ALÉRGICAS

CONTROLE AMBIENTAL NAS DOENÇAS ALÉRGICAS

Quando pensamos em doenças crônicas (aquelas de longa duração), devemos lembrar que muitos fatores ambientais como clima, alimentação e hábitos individuais podem interferir no curso dessas doenças, e grande parte das vezes, agravando - as. Costumo sempre comparar pacientes com problemas alérgicos, como asma e rinite, a portadores de uma doença muito conhecida, o diabetes.
Muitos pacientes sabem da importância do controle da dieta no tratamento do diabetes. Da mesma forma, as doenças alérgicas necessitam de um controle, não somente através de medicamentos, mas principalmente do ambiente ao qual o paciente se expõe. Antes de orientar como devemos “tratar o ambiente” do paciente alérgico, gostaria de salientar a diferença entre alérgenos e irritantes.
Alergenos são substâncias capazes de induzir resposta imunológica e memória, que são fundamentais para o reconhecimento em um próximo contato, com produção de IgE específica (anticorpos específicos para a determinada substância). São eles: os ácaros (habitantes da poeira domiciliar, dos colchões e travesseiros, dos bichos de pelúcia), os fungos (mofo, bolores, de regiões úmidas, litorâneas), os epitélios de cão e gato, a barata e os pólens (em países ou regiões com estações climáticas bem definidas, onde se identificam as estações polínicas - gramíneas, flores e frutos).
Podemos explicar de forma bem simples: usamos um cobertor empoeirado, então inalamos ácaros pelo nariz e boca. Conseqüentemente, o organismo produz uma IgE específica contra aquele tipo de ácaro. Em um próximo contato com o cobertor, a reação tende a ser imediata, mais rápida e possivelmente mais intensa que a inicial, devido a memória imunológica.
Os irritantes, apesar de desencadearem reações clinicamente semelhantes, não induzem a produção de anticorpos específicos. O ar frio, a fumaça de cigarro, os perfumes, produtos de limpeza, além de substâncias produzidas pelas indústrias, dióxido de enxofre, ozônio, nitratos e gás carbônico são os irritantes mais conhecidos. O motivo pelo qual os pacientes se queixam, neste caso, é devido a um processo chamado hiperresponsividade. Ou seja, estímulos ambientais que seriam bem tolerados numa população normal são capazes de manifestar sintomas nos pacientes portadores de asma e rinite. Assim, não se pode dizer que alguém é alérgico a cigarros, perfumes, ou outros odores irritantes.

ORIENTAÇÕES GERAIS PARA O CONTROLE AMBIENTAL

  • Remover tapetes, carpetes e cortinas.
  • Encapar colchões e travesseiros com capas anti-ácaros.
  • Não comer na cama ou no sofá.
  • Preferir sofás em couro, courino ou sintéticos impermeáveis no lugar de tecidos. Ou revestir o sofá com tecido impermeável.
  • Preferir edredom ao cobertor de pêlos. Lavar a cada 2 semanas.
  • Agasalhos guardados há muito tempo devem ser lavados antes do uso.
  • Evitar plantas e enfeites excessivos em casa: bibelôs, quadros, etc.
  • Evitar acúmulo de livros, jornais e revistas em prateleiras ou estantes.
  • Evitar caixas de papelão ou sacos plásticos.
  • Não armazenar sucata dentro de casa.
  • Não utilizar vassouras. Limpar a casa com produtos neutros e pano úmido. Evitar álcool perfumado.
  • Remover lixo e restos de comida, pois podem atrair baratas.
  • Limpeza do ar condicionado e ventiladores.
  • Limpeza dos móveis com pano úmido e produtos suaves. Lembrar da parte posterior.
  • Aspiradores com ultrafiltração- HEPA estão indicados em lugar dos convencionais.
  • Evitar paredes texturizadas.
  • Evitar umidade. Pendurar toalhas e roupas úmidas na área de serviço
  • Afastar animais de estimação e brinquedos de pelúcia.
  • Evitar fatores irritantes: fumaça de cigarro, perfumes, tintas, esmaltes, removedores, produtos de limpeza, inseticidas, cloro.

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